segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Top 10 - Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

6. ...E O Vento Levou (Gone With the Wind, 1939)

Muitos dizem que o ano de 1939 foi o melhor da história da indústria cinematográfica hollywoodiana. O reflexo disso pôde ser visto na lista de indicados ao Oscar daquele ano. No lugar do habitual número de cinco indicados à categoria principal (a de melhor filme), tivemos uma lista de dez concorrentes à estatueta dourada.

Um desses candidatos era ...E O Vento Levou, do diretor Victor Fleming (homem por trás de O Mágico de Oz, outra obra-prima produzida em 1939), e filme que ocupa a posição de número 08 na lista de Melhores Filmes de Todos os Tempos de acordo com os membros da Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos.

Mais do que uma obra-prima do cinema norte-americano, ...E o Vento Levou é uma prova de todos os elementos que faziam do cinema hollywoodiano a menina dos olhos de cinéfilos em todo o mundo. Uma produção megalomaníaca (e totalmente problemática, tendo em vista que mais de cinco diretores contribuíram com a obra), fruto da mente de David O. Selznick, um dos maiores difusores de todo um sistema em que o produtor era a peça mais importante na engrenagem da fábrica de sonhos que é o cinema (num momento que antecedeu o chamado star-system). Um filme com diálogos marcantes, uma música inesquecível e que continua a ser uma das obras mais amadas pelos cinéfilos, incluindo aqueles de gerações mais recentes.

Baseado no aclamado livro de Margaret Mitchell, ...E O Vento Levou conta a saga de Scarlett O’Hara (Vivien Leigh), garota rica e mimada que vive no Sul dos EUA. Quando a Guerra da Secessão começa, Scarlett é obrigada a amadurecer ao ver a pobreza, a fome e o sofrimento. Ela se casa com Rhett Butler (Clark Gable), um homem que ela odiava e aprenderá, aos poucos, a valorizar. O final de ...E O Vento Levou é uma das cenas mais clássicas do cinema e uma prova concreta de toda a mitologia que envolve esta produção, bem como o seu casal central.

Vencedor de nove Oscars – incluindo o de melhor atriz coadjuvante para Hattie McDaniel, que entraria para a história como a primeira atriz negra a ser indicada e vencer um prêmio da Academia -, ...E O Vento Levou é um daqueles filmes que explicam o por quê de o cinema ser uma arte tão apaixonante.

Direção: Victor Fleming
Roteiro: Sidney Howard
Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Hattie McDaniel, Thomas Mitchell, Barbara O’Neil, Evelyn Kayes, Ann Rutherford, George Reeves, Fred Crane

Top 10: 6) ...E O Vento Levou, de Victor Fleming, 7) O Poderoso Chefão - Parte II, de Francis Ford Coppola, 8) O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme, 9) Beleza Americana, de Sam Mendes, 10) Cidadão Kane, de Orson Welles

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Top 10 - Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

7. O Poderoso Chefão - Parte II (The Godfather - Part II, 1974)


O Poderoso Chefão – Parte II (The Godfather – Part II, 1974) conquistou uma proeza: é a única segunda parte de uma trilogia premiada com o Oscar de Melhor Filme. A história é contada em épocas diferentes para mostrar os diversos lados da mesma moeda – a ascensão dos Corleone na América e o início de seu reinado de sangue e poder. Enquanto o jovem siciliano Vito Corleone (Robert De Niro) começa a construção do império, nos anos 1910, Michael Corleone (Al Pacino) expande o poder do clã em Las Vegas, Cuba e Hollywood, durante os anos 1950.

O universo intimista do Corleone revelado no primeiro filme é expandido aqui em forma de passado e presente. A saga ganha contornos épicos. Sabemos dos passos de Vito Corleone de De Niro como se estivéssemos lendo notas de rodapé. É como se encontrássemos curtas anotações sobre a vida dele em livros abandonados numa velha biblioteca.

Francis Ford Coppola recebeu o seu Oscar de Melhor Diretor, que perdeu dois anos antes ao concorrer pelo primeiro filme da trilogia. É interessante tentar compreender o carisma de Vito e a monstruosidade de Michael. O primeiro constrói e une a família, enquanto o segundo destrói e separa. Mas ambos sempre foram temidos por amigos e inimigos. Onde Michael errou? E onde Vito acertou? Na cena final, logo após saber que seu próprio irmão foi executado sob suas ordens, observamos o Michael Corleone de Al Pacino sozinho, relembrando um jantar com a família unida à espera do pai. Pacino apenas sugere e não diz nada. É o poder do silêncio, que demonstra um homem orgulhoso, mas que já dá indícios da fase de Michael que conheceríamos em O Poderoso Chefão – Parte III. Ou seja, um homem consumido pela culpa. E ele a percebe tarde demais. Seu silêncio termina num grito sem som na emblemática cena da escadaria, que representa o clímax da saga.

O Poderoso Chefão - Parte II (The Godfather - Part II, 1974)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola e Mario Puzo
Elenco: Al Pacino, Diane Keaton, Robert Duvall, Robert De Niro, Lee Strasberg, John Cazale e Talia Shire

Top 10: 7) O Poderoso Chefão - Parte II, de Francis Ford Coppola, 8) O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme, 9) Beleza Americana, de Sam Mendes, 10) Cidadão Kane, de Orson Welles

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Top 10 - Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

8. O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991)

Existem certos personagens que são maiores do que os atores que os interpretaram ou dos filmes que estrelaram. Hannibal Lecter é um deles. Na pele do ator galês Anthony Hopkins, o personagem ganhou uma aura mítica e, em se tratando do fato de que Hannibal é um dos melhores vilões da história do cinema, saber que ele ganhou a admiração de muitos cinéfilos chega até a ser bastante curioso.

O Silêncio dos Inocentes, filme que marca a estréia de Hopkins no papel (que já foi de atores como Brian Cox e Gaspard Uliel), é o dono do posto número 8 do Top 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos, de acordo com os membros da Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos.

Em uma atmosfera dominada pelo sentimento sombrio, o diretor Jonathan Demme e o roteirista Ted Tally (adaptando o livro de Thomas Harris) contam a história do encontro entre a agente do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), com o temível assassino Hannibal Lecter. Ela precisa da ajuda dele para desvendar a mente de um psicopata chamado “Buffalo Bill”.

O mais interessante em O Silêncio dos Inocentes é a maneira como Demme aborda o relacionamento que se estabelece entre Clarice e Hannibal. O último faz com que a primeira se sinta consumida pela sua personalidade dominante. E é a partir disso que vemos a agente do FBI confrontando seus medos e indo além de todos os seus limites.

Um dos poucos filmes a serem premiados com os cinco Oscars principais (melhor filme, diretor, roteiro, ator e atriz), O Silêncio dos Inocentes é um filme que dá uma aula de como se fazer uma obra de suspense psicológico sem ter que acabar apelando para fórmulas batidas ou reviravoltas sem sentido. O filme conta sua história de forma direta, sem rodeios e inserindo a platéia completamente dentro de seu universo.

Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Ted Tally
Elenco: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Scott Glenn, Anthony Heald, Ted Levine, Frankie Faison

Top 10: 8) O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme; 9) Beleza Americana, de Sam Mendes; 10) Cidadão Kane, de Orson Welles.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Top 10 - Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

9. Beleza Americana (American Beauty, 1999)

Em 1999, o diretor Sam Mendes foi comparado a Orson Welles. Na época, muitos críticos disseram que sua estréia como cineasta foi a mais celebrada desde que Welles surgiu com Cidadão Kane, o número 10 da lista dos melhores filmes de todos os tempos de acordo com a Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos.

O 9º lugar fica com Beleza Americana, vencedor de cinco Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor (Sam Mendes), Melhor Roteiro Original (Alan Ball), Melhor Ator (Kevin Spacey) e Melhor Fotografia (Conrad L. Hall). Beleza Americana representou o primeiro Oscar de Melhor Filme para a Dreamworks.

Logo no início, sabemos que o filme é narrado por um cadáver, Lester Burnham (Spacey). Sam Mendes e Alan Ball (criador da série Six Feet Under) fizeram uma homenagem direta ao começo de Crepúsculo dos Deuses (1950), do mestre Billy Wilder, que é narrado pelo “espírito” de William Holden.

Beleza Americana
não é “apenas” uma sátira à família. É sobre um homem que estagnou no espaço e no tempo. E o pior de tudo: ele reconhece isso. O que fazer da vida quando não adianta mais sonhar? E o que fazer quando ninguém mais te respeita? Ao saber disso, Lester Burnham decide viver cada minuto intensamente. Como homem, ele pode até desaprovar seus instintos, mas se recusa a desistir de satisfazer seus desejos mais profundos. Ele pode estar errado, mas Lester precisa provar (a si próprio) que não é um perdedor. E suas ações afetam toda a sua família (e vizinhos). É um filme sobre os medos de sempre em uma sociedade moderna.

É um roteiro que Billy Wilder teria adorado. Beleza Americana é um dos filmes mais influentes para uma nova geração de cinéfilos. É uma obra que ainda merece discussão e que deve ser estudada ao longo dos anos. Nada é o que parece em Beleza Americana. Para entender suas mensagens, é bom “olhar mais de perto”, como está escrito no cartaz do filme.

Beleza Americana (American Beauty, 1999)
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Alan Ball
Elenco: Kevin Spacey, Annette Bening, Thora Birch, Wes Bentley, Mena Suvari e Chris Cooper

Top 10: 9) Beleza Americana, de Sam Mendes, 10) Cidadão Kane, de Orson Welles

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Top 10 - Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

10. Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)


Uma presença constante nas listas de críticos do mundo inteiro, a obra Cidadão Kane, do diretor Orson Welles, inaugura a lista em ordem decrescente dos 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos, de acordo com os membros da Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos.

Quando começou a fazer Cidadão Kane, Orson Welles tinha somente 25 anos e já possuía uma fama de visionário – que foi conquistada graças à sua transmissão em rádio da obra A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. O projeto era bastante ambicioso e tinha o objetivo de contar a trajetória do empresário do ramo de telecomunicações, Charles Foster Kane (vivido por Welles), ao utilizar um recurso narrativo bem diferente: toda a história seria contada através do ponto de vista daqueles que conheceram o magnata, em relatos a um jornalista (Joseph Cotten), que estava escrevendo o obituário de Kane.

Cidadão Kane marcou seu nome na história da indústria cinematográfica ao imprimir uma mudança na linguagem de cinema até então nunca vista antes. Orson Welles e seu diretor de fotografia, Gregg Toland, fizeram uso de sombras e de distorção de imagens, de longas seqüências sem cortes, de tomadas e focos em ângulos de câmeras inéditos, entre outras mudanças revolucionárias.

Além disso, o filme causou bastante controvérsia por causa das semelhanças entre Charles Foster Kane e o magnata da vida real William Randolph Hearst, que tentou a todo custo impedir a produção do filme – a história por trás das filmagens de Cidadão Kane pode ser vista no telefilme RKO 281, de Benjamin Ross.

O resultado de tudo isso é um filme que é uma das poucas unanimidades da história do cinema e que deixou frases e cenas marcadas nas memórias de cinéfilos em todo o mundo.

Direção: Orson Welles
Roteiro: Herman J. Mankiewicz e Orson Welles
Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead, Ruth Warrick, Ray Collins